Meu brother!

Poderia dizer meu irmão, meu mano, mas é por brother que a gente se trata, além de coisas carinhosas, tais como: Baleia, gorda, boi, bolota e etc.

Mas é mais, muito mais que isso.

É a parceria de uma vida inteira.

Quando ele veio ao mundo em outubro de 1969, precisou esperar 16 meses até a minha chegada.

Depois que cheguei não nos separamos mais, cultivamos uma série infinita de diferenças, de gostos, de hábitos, mas nunca nos abandonamos.

Eu gostava de volei, ele de futebol.
Ele era da turma dos grandes, eu da turma dos pivetes.
Eu era amigo de um grupo, ele de outro.

Nossas turmas eram diferentes, amigos diferentes.

Mas nunca tivemos problemas muito sérios, confrontos físicos foram poucos.

Depois de adultos, começamos a nos conhecer e aproximar cada vez mais.

Nossos grandes jogos de futebol não foram com 7, 8 anos de idade, foram depois dos 20, no Clube da Billings, todos os domingos, por volta das 7h da madrugada, um horário que, nessa época, em que saíamos todos os sábados era quase impossível acordar, mas estavamos lá, sempre juntos. Esses domingos foram a base de tudo o que nos une hoje.

Éramos os Magoni futebol clube, eu sempre jogava no time dele, primeiro por que ninguém me escolhia mesmo, segundo por que ele joga muito e terceiro e mais importante, eu acordava cedo, eu ia até lá, para jogar com ele.

Em 1992 meu pai se foi, e meu irmão mostrou que aos 22 anos era o homem da casa, minha mãe já separada do meu pai não poderia e não deveria tomar a frente que meu irmão tomou, suportando coisas e tomando atitudes que eu não sei se seria capaz de fazer ainda hoje, aos 37 anos.

Veio a primeira passagem pela Tetralon, trabalhavamos juntos, moravamos juntos, nos cobrávamos e apoiávamos.

Fomos motoqueiros, com duas máquinas e curtimos muito.

Sofremos no começo com a adaptação entre irmãos e chefe / subordinado.

O coração dele se acalmou com o casamento com a cunhada mais perfeita possível, minha amiga, minha irmã do coração.

Depois morei no interior, em Lins, São José dos Campos, BH, andei meio cigano, em função do emprego, mas sempre soube que meu irmão estava ao meu lado.

Até que voltei a SP para me casar e mais confiante ainda, por saber que tinha o apoio do meu brother para tomar essa decisão.

Com quase 10 anos de casados, veio meu afilhado, e meu irmão hoje tem um concorrente a altura na disputa pelo meu amor.

Claro que temos problemas, mas posso garantir que estão raros demais.

Discussões normais que até hoje existem, a idade trouxe para ele uma coisa chata demais, ele adora ser polêmico, ser do contra, as vezes defende opiniões sem o menor fundamento, pelo sádico prazer de ver-se sozinho em uma discussão, lutando até as últimas forças para vencer, principalmente se o assunto for Corinthians! Adora me irritar!

Brother, quis contar um pouco de tudo o que você foi e é na minha vida, mas no meio do texto percebi que um livro não seria suficiente.

Essa letra de uma música do Kleiton e Kledir vai me ajudar a ser mais objetivo.

Beijos

Do seu brother que te ama muito,

Corpo e Alma
Kleiton e Kledir


Quando eu era assim
Bem menor
Não tive afim, sei lá
De pensar em nós
Agora eu sei e entendo melhor
Vidente eu li no céu
Vai por mim, somos corpo e alma
Meu irmão, meu par

Quando a solidão
Se enredar em ti
E o coração dançar
Conta comigo
Eu quero estar, viu
A teu lado
E haja o que houver
Junto a ti, feito corpo e alma
Meu irmão, meu par

Sei que a vida vai aprontar
E o que vier, azar
A dois é fácil segurar
Se Deus deixar, viu
Meu amigo
Vou sempre estar aqui
Junto a ti, feito corpo e alma
Meu irmão, meu par